Ao sol de uma praia aqui tão perto, chorei lágrimas de dor, enquanto contigo filho desta mesma praia falava.
Ao som das ondas de uma praia aqui tão perto, ouvi o que nunca tinha ouvido antes, e que tu, filho desta praia, lá longe me dizias ao ouvido.
Sentada à beira mar desta tua praia, me perguntaste onde estava, virei-me para trás, na minha direcção lá estava ela, a imponente e antiga casa azul, estreita e esguia.
Era este o teu sítio de adolescente.
Como poderia eu saber?
Coincidência?
Não…
…destino.
Estávamos destinados.
Estava destinada a chorar por ti por toda a eternidade.
Começou ali, em frente da casa azul, sentada na arei da tua praia, devolvendo as minhas gotas de sal ao mar salgado.
Começou ali…
Ao fim de tanto tempo, o mar, o teu mar, continua a sugar-me cada uma das minhas partículas translúcidas de amor por ti.
Começou ali, quando te ouvi dizer que tinhas descoberto que gostavas mais de mim do que imaginavas.
As gotas caíram, rolaram areia fora direitinhas ao mar salgado, e eu sorri…
…adoro-te.
Começou ali, e agora aqui, caem, mas não rolam, estou longe do mar.
Caem…
…adoro-te.

BEIJO