Quem fui, quem sou, quem serei...

De cor verde-esmeralda são os olhos de quem chora, de quem ri, de quem sonha. De quem espera pelo inesperado. De quem sabe que não há impossíveis, mas que acredita na impossibilidade do possível. Na cor verde-esmeralda, habita um presente cinzento e um futuro cintilante. Filha do vento e da brisa, inconstante. Filha da brisa e do vento…

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Ferro em brasa...

Homem vindo do mar, perdido, que da serra fizeste lar, e de lavrador nada tens.
Porquê, se de lavrador nada tens, marcaste em mim o ferro da tua casa, o ferro do teu ser?
Estava quente, em brasa, e a marca por ti deixada de relevo cicatrizada, permanece em toda a minha alma, em todo o meu coração.
Não pensaste duas vezes, homem que ao lado da serra fez vida, escolheste o melhor ferro com as tuas iniciais engalanadas, e sem dó nem piedade em mim o pousaste lentamente, subtilmente. Queimaste, marcaste e fugiste deixando para trás eco do meu grito de dor, e a fumaça do quente no meu ardor.
Ai homem sem lar, que se esconde atrás da vaidade, e adormece num leito de medo…
Medo de quê homem que lavrador não é?
Medo de olhar por cima do ombro e ver fumo sem fogo?
Não tenhas medo homem que vive ao lado da serra. Este teu ser em tudo teu semelhante, que de ti a marca transporta, um dia voltará tal qual cavalo selvagem, e reclamará o olhar atento do que se dizia seu dono.
Porquê homem perdido, porque deste tu asas à tua crueldade fugindo como caçador cobarde das savanas africanas, porquê?
Porquê?

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