«De repente fico rindo à toa sem saber por que
E vem a vontade de sonhar de novo te ao encontrar
Foi tudo tão de repente, eu não consigo esquecer
E confesso tive medo, quase disse não
Mas o seu jeito de me olhar, a fala mansa meio rouca
Foi me deixando quase louca já não podia mais pensar
Eu me dei toda para você
De repente fico rindo à toa sem saber por que
E vem a vontade de sonhar de novo te ao encontrar
Foi tudo tão de repente, eu não consigo esquecer
E confesso tive medo, quase disse não
E meio louca de prazer lembro teu corpo no espelho
E vem o cheiro de amor, eu te sinto tão presente...
Volte logo meu amor»
Maria Bethania
1 comentário:
Hoje sei que a tentação voltou a mim
Sei quem hoje se despediu sem dizer adeus
A vontade de ceder mais uma vez
Olho para trás e nada me revive
As paredes sufocam-me e apertam-me
O espelho deixou de me reflectir
Sou opaco e transparente em simultâneo
Planos relutantes mas sempre existentes
Sinto a guerra dentro de mim a fervilhar
Mais um saborear e tudo desaparecerá
As ruas estreitam e a luz deflecte no passeio
Vejo me fora de mim e voo alto
Breves os segundos mas fatais, auto infligido
Nem me despeço de mim porque?
Ando ou vagueio
Que interessa, sei o que preciso e nada me trava
Nem o desejo, a.....
O Céu desapareceu com o seu anjo mais brilhante
Resta-me fervilhar no inferno e desgasta-lo tambem
O disco gira e gira sem cessar
Repetidamente na mesma nota
Até ele parece querer um pouco deste vazio
Mais uma entrou como liquido refrescante
O meu próprio corpo se encolhe
Quem usa quem neste mundo?
Ah, agora sim ceder, sem sentir culpa
Agora antes que me esmague neste mundo pequeno
Está ele a encolher ou são o dilatar dos meus olhos?
O corpo já nem sente e a mente essa esta a vaguear
Ah, a paz, a satisfação, o desinteresse mundano
Nem me sinto respirar, o paraíso do vazio em mim
Agora que as pupilas estão desfocadas
O corpo feliz e alma apaziguada
Deslumbro a agulha na minha mão moribunda
Afinal ainda preciso de mais
Sempre mais, só mais um pouco
És o vício que preciso
Esta agulha com que te escrevo
Não me chega, preciso de ti junto de mim.
Sabes porque ate aquilo que nos parece matar pode ser bom para sentir.
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