Quem fui, quem sou, quem serei...

De cor verde-esmeralda são os olhos de quem chora, de quem ri, de quem sonha. De quem espera pelo inesperado. De quem sabe que não há impossíveis, mas que acredita na impossibilidade do possível. Na cor verde-esmeralda, habita um presente cinzento e um futuro cintilante. Filha do vento e da brisa, inconstante. Filha da brisa e do vento…

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Ao ver as prendas de Natal da Leopoldina, recuei ao Natal de 2006...

Voluntária, de tempo, de afecto, de emoções e sentimentos, chegara o momento de desembrulhar as primeiras prendas de Natal. Este é sempre o ponto alto para todas as crianças, os sonhos e a magia ganham vida ao sabor dos sorrisos de quem as desembrulha.
Mas este Natal, este momento...
Para todos eles, o Natal, os doces, a confortável lareira, os carinhos das gentes que por lá passavam, tudo isto era novidade, mas para uma...
... para uma menina acabada de chegar, isto era mais que um sonho, era algo que simplesmente não sabia que existia.
As prendas, os doces, os brinquedos, os anúncios coloridos e sonoros que captam a atenção até do adulto mais refilão, todas estas coisas simplesmente não existiam na vida daquela menina até então. Até ao Natal de 2006.
Chegara então o momento tão aguardado, aquele em que finalmente iria perceber porque é que meio mundo se agita alegremente nesta época do ano, enquanto que outro meio mundo dorme para logo trocar de lugar com o meio mundo agitado.
Chegara a hora de desembrulhar os muitos papeis coloridos cheios de fitas que atrapalham e que tornam as salas num reboliço completo.

Cada um deles, naquela noite fria, muito fria, dias antes das doze badaladas rituais, receberia dois presentes, um grande e um pequeno. O pequeno fora colado junto do grande, para não se perder na confusão. Mas o dela...
...o presente pequeno daquela menina tinha-se perdido, soltara-se do presente grande.
Tonta, endiabrada, uma verdadeira ventoinha, nunca parava sossegada, portadora destes atributos todos, nem dera tempo de reagrupar os dois presentes, nem se apercebera de que também ela tinha direito a um presente pequeno e outro grande.
Agarrou-se ao pequeno, susteve a respiração e zás, rasgou o papel que embrulhava um chocolate, um simples chocolate.
Chocolate mágico aquele que alguém embrulhara para as delicias daquela menina satisfazer.
Chocolate mágico que gerou uma euforia como nunca antes assistira, chocolate mágico que gerou alegria.
Um chocolate, um simples chocolate conseguiu tornar a noite daquela menina, a primeira noite do seu primeiro Natal, numa noite única, numa noite sem igual, numa noite que nunca antes usufruíra.

Quem assistia ria, chorava, outros da apatia bebiam.
Afastei-me, sentia um misto de alegria e tristeza. Precisava de partilhar aquele momento.
Partilhei-o!
Sorri!
Fiz alguém sorrir do outro lado do telefone.
Naquele momento vivi, sim vivi verdadeiramente o Natal.
Aquele sorriso estampado na carita acastanhada com sabor a chocolate, olhava-me enquanto duas lágrimas me corriam pl'a cara, aqueles olhitos sorriam-me e daquela boquinha saíram as mais belas palavras que até hoje ouvi.

"Ganhei um chocolate!
Não chores, ri que eu estou feliz!"


Feliz Natal, um verdadeiro Natal!

11 comentários:

Edu disse...

O que talvez nem será possível, um sorriso...Mas porque estou eu feliz? Que significa tudo isto que sinto. Porque me foi dado este embrulho? Para então e olho a minha volta. Tudo me observa. Não percebo o calor que imana de dentro deste embrulho, o seu doce toque nas minhas mãos. Afinal é só um papel sedoso. Porque me sinto então eu feliz. Rasgo então este papel com uma vontade não de ver o que lá tem dentro mas para perceber se entendo o que sinto...
Um chocolate que me deram...sim percebo agora. Não é o chocolate que me da calor e alegria, foi ter sido alguém que me o deu. Finalmente alguém se lembrou que eu existo para alem de um simples numero na multidão...Alguém fez com que a minha natural invisibilidade no mundo fica-se um pouco mais opaca. A cada dentada que dou me sinto mais e mais opaca. Mais feliz por existir. Faço parte da memoria de alguém e vivo também um pouco no seu coração. Finalmente existo...
Não chores ...olha-me eu existo.

bjinhos

Esmeralda disse...

Edu...
...está fantástico!!!
Foi mesmo assim...

beijocas

Ricardo Silva Reis disse...

Comovente. Muito bonito. Toca-nos a alma.
Obrigado Esmeralda pela partilha.
Mil beijinhos de Natal com sabor a chocolate.
Ricardo

Anónimo disse...

Votos de um Santo e Feliz Natal e um Luminoso Ano Novo de Paz e Esperança!

Beijinhos

Angel disse...

Sem duvidas o melhor presente..=)

mdsol disse...

:))

poetaeusou . . . disse...

*
esmeralda,
uma quadra feliz,
desejo-te,
,
conchinhas, natalicias,
,
*

Luna disse...

Por vezes uma insignificante prenda para muitos, faz o rebuliço no coração de uma criança, como não ficar emocionado, são esses lindos momentos a que se chamam felicidade
beijinhos

Sol da meia noite disse...

Não são as grandes coisas que trazem a felicidade.
A felicidade está em saber aceitar cada coisa que a vida nos vai dando, por pequena que seja.

Desejo-te um Natal Abençoado.


Beijinho *

poetaeusou . . . disse...

*
Uma feliz Quadra
lembrando …
,
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e comboios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão
,
In - P. Carvalho
,
Conchinhas de Luz
,
*

Pecadormeconfesso disse...

Não ligo muito a esta época. Aliás causa-me stress, por várias razões que não vou aqui enumerar.
De qualquer forma espero tenhas tido um bom Natal.